Thursday, January 8, 2015

07-01-2015


"Aujourd'hui vous avez tué des dessinateurs mais des légions de dessinateurs vont naître!"


Monday, September 23, 2013

Vietname do Norte.




Quando participamos em jogos verdadeiramente bons, a tarefa de fazer um rescaldo acaba sempre por ser um tanto ou quanto ingrata. Nunca conseguimos transmitir em plenitude o que queremos verdadeiramente expressar.

Com base nesse ponto de vista, não me ocorre nada melhor senão um relato por comparação àquilo que conheço: comparar o Airsoft que me foi apresentado na zona Norte do pais, e o Airsoft da área de influência da minha equipa, ou seja, na área geográfica que engloba as províncias da Estremadura; Ribatejo; Alto e Baixo Alentejo.

Seguindo as normas dos rescaldos, caberia introduzir o texto da seguinte forma: "este jogo foi organizado pelo Paulo Fragata e a sua equipa os Screaming Eagles de Braga, a quem agradeço blá blá blá".
É verdade que foram eles os organizadores, e é verdade também que merecem todas as devidas honras pelo fantástico dia que nos proporcionaram, mas também é interessante referir que senti neste jogo uma organização em perfeita harmonia com os jogadores, ou seja, havia uma colaboração conjunta de gente interessada e interessante, gente que idealiza e constrói os seus jogos ao invés de estes se tornarem pretextos dissimulados para alguém brilhar ou para provar um qualquer ponto de vista sobre outrém.

Existiu aqui um verdadeiro sentido de união entre organização e jogadores, sente-se verdadeiramente um espirito de comunidade, como o que tantas vezes o Airsoft nacional tentou nutrir sem sucesso.

O segundo aspecto que devo referir é que estas pessoas SABEM JOGAR AIRSOFT.

Quanto a mim, saber jogar airsoft mede-se em dois aspectos:
- O aspecto mais técnico e prático: saber atacar, defender, trabalhar em equipa, etc..
- E o aspecto de excelência com os tão badalados princípios de honra, fairplay e amizade.

Entre snipers que realmente causavam dano, e lança-granadas que faziam mais do que ser um bonito add-on na arma, jogou-se Airsoft de qualidade, com gente de qualidade.

Para além do Paulo Fragata e da sua equipa que nos recebeu impecávelmente e aos quais não tenho palavras suficientes de apreço, devo ainda destacar três amizades quanto a mim incontornáveis neste rescaldo:
Jorge "Morpheu", nosso amigo de longuíssima data e uma das pessoas pelas quais temos maior admiração nos SEAL (e Tomahawks): foi impecável voltar a estar contigo como nos velhos tempos;
Mike e Russo, dois jogadores e reencenadores que já há muito tempo nos tinham chamado a atenção pela qualidade das suas reconstituições e que finalmente conhecemos cara a cara. São de facto dois indivíduos impecáveis com quem esperamos voltar-nos a cruzar ao vivo muitas mais vezes.
Estes três jogadores apresentaram-se com uma brilhante reconstituição de SOG's (e, acrescente-se, conhecimento do que fazem) e fizeram equipa connosco durante todo o dia nas difíceis missões que o Toga nos ia distribuindo via rádio.
Foi impecável jogar e estar convosco.

A todos os que lá estiveram, e aos que organizaram este evento:

MUITO OBRIGADO.

A parte chata é que esperamos repetir a dose. ;)

P.S.: Esqueci-me de mencionar o SeekND neste rescaldo de propósito. Também devo referir que tive o Vietcong que o raptou na minha mira no momento da fuga, mas achei que esse VC estava-nos a fazer um imenso favor e abstive-me de disparar sobre ele.

ERRATA: Por desconhecimento meu, englobei sob a égide dos Screaming Eagles, os membros da ADAPT e da equipa SCAM (Pitboy e Toga). Também eles foram peças chave da organização e que merecem os devidos agradecimentos.

Monday, September 2, 2013

O fim da Revista 6mm Portugal.


A revista 6mm Portugal teve este mês passado (Agosto) a sua última edição.
Durante meio-ano tive o privilégio de poder colaborar mensalmente com uma página de banda-desenhada, e de acompanhar as colaborações de terceiros que dotavam a revista de uma qualidade e originalidade quanto a mim: impar.
A minha dose de frustração passa pelo facto de que o Airsoft em Portugal teve - mais uma vez - entre mãos um produto de excelência que rapidamente viu o seu fim chegar. As razões não me cabem a mim dissertar, o que me sinto na obrigação de deixar é uma nota final de apreço e agradecimento ao Telmo Fonseca, editor da 6mm Portugal e a quem dediquei a última colaboração possível para este projecto.

A todos os restantes colaboradores, um grande abraço e aqueles em particular que seguiram os meus traços, o meu muito obrigado.



Friday, May 10, 2013

Oof.

Cada vez que termino mais uma página para a revista 6mm...





Sai já no próximo dia 15, e agora também em inglês! :)

Friday, April 19, 2013

Verrà la morte e avrà i tuoi occhi


Verrà la morte e avrà i tuoi occhi-
questa morte che ci accompagna
dal mattino alla sera, insonne,
sorda, come un vecchio rimorso
o un vizio assurdo. I tuoi occhi
saranno una vana parola,
un grido taciuto, un silenzio.
Così li vedi ogni mattina
quando su te sola ti pieghi
nello specchio. O cara speranza,
quel giorno sapremo anche noi
che sei la vita e sei il nulla

Per tutti la morte ha uno sguardo.
Verrà la morte e avrà i tuoi occhi.
Sarà come smettere un vizio,
come vedere nello specchio
riemergere un viso morto,
come ascoltare un labbro chiuso.
Scenderemo nel gorgo muti.




Sunday, March 10, 2013

Qualquer argumento que vos ocorra...


..torna-se inválido, porque temos um tanque. Hooyah!


O desenvolvimento do Airsoft é muito curioso.
Quando comecei a jogar, em 2002, a estrutura era, por assim dizer, monárquica. Não que existisse um reizinho a mandar em todos, mas na verdadeira ascensão da palavra mono+arche (um só principio). Quer isto dizer que no topo da pirâmide estava o principio "Airsoft", cuja sua trindade fundamental se regia pelos seguintes valores: Honra; Fairplay; Amizade.
As equipas pontuavam-se então nessa pirâmide hierárquica conforme correspondessem mais ou menos a esse principio, posições essas que permutavam conforme esta ou aquela equipa se destacasse pela positiva. Estar nos lugares cimeiros não era no entanto uma questão de poder. Os lugares cimeiros eram ocupados pelas equipas que mais tempo (e dinheiro) despendiam com o Airsoft, e que mais se dedicavam a manter os princípios fundamentais sempre presentes. Era uma questão de responsabilidade.
Foi nesta época que a qualidade se manifestou com mais vivacidade, os jogos eram realmente inovadores, e as equipas concorriam entre si de forma saudável e em prol do arquétipo Airsoft.
Com a introdução das lojas nacionais e a divulgação online, sucedeu-se a fase democrática, isto por volta de 2004. Deu-se um "boom" de jogadores e de equipas, que viam com muito maus olhos a existência de uma hierarquia dentro do Airsoft.
Todos quiseram pautar-se portanto pela tábula rasa, ninguém era mais do que ninguém, todos tinham o direito de tudo e mais alguma coisa, e logicamente as antigas equipas de topo foram atacadas para descerem ao nível de tudo o resto. O fenómeno é curioso, e a resultante prática foi a seguinte:
- Quantidade ao invés de qualidade. Os jogos de maior relevo começaram a apostar, não nos bem desenvolvidos motores de jogo e em ideias inovadoras, mas sim em colocar "muita coisa" no campo de jogo. Não houve desenvolvimentos na forma de jogar, apenas jogos de escala megalómana.
- Dinheiro. É obvio que quando se quer meter muita coisa em jogo, tem de haver alguém que pague por isso. Começou a ser comum cobrar aos jogadores preços altíssimos para jogos que quanto a mim eram apenas superficiais, pois em substância não valiam os preços cobrados.
- Burocratização. Uma vez que todos tinham direito a tudo e mais alguma coisa, inclusive o direito a não se acusar como morto quando atingido, a desconfiança começou a reinar entre todos. Os jogos chegaram a extremos de constantemente haver pessoal a acusar-se mutuamente. Para combater esta tendência e tentar defender os seus jogos, as organizações começaram a exigir dos jogadores uma série de trâmites para jogar: cartão de federado; chrony's; obsessão pela pontualidade; confirmações com antecedências absurdas; etc..
- Retórica. Como todos tinham o direito a tudo, também todos queriam ser mais do que os outros. Desenvolveram-se verdadeiros conceitos retóricos com o fito de despromover jogadores e equipas, para que outras de menor valor se emancipassem. Nenhum desses exercícios de mera retórica teve qualquer valor susbtâncial e felizmente já começam hoje em dia a cair no ridículo, mas na época enganaram muita gente, que se deixou enganar: consciente ou inconscientemente.
Esta fase democrática trouxe essencialmente desunião, de uma Associação de Promoção ao Desporto, passámos a umas quatro, o que não faz qualquer sentido; de um fórum comunitário, tentou-se fazer dois ou três; e as discussões e mau estar em jogo passaram a ser comuns.
Pessoalmente nesta fase deixei praticamente de jogar. O Airsoft tinha-se tornado um circo em chamas.
Actualmente o Airsoft voltou a dar uma reviravolta.
Mesmo na chamada fase democrática entrou muita gente de qualidade que percebeu a seu tempo o caminho pelo qual o desporto estava a ir, e que conscientes perceberam que mais vale retornar à qualidade ao invés da quantidade.
Os últimos jogos que tenho feito com a minha equipa têm sido todos feitos a convite, são poucos ao longo do ano, somos muito selectivos e a verdade é que não nos arrependemos em nada. Na verdade voltámos a gostar de jogar. Melhor do que fazer uma "Black List" foi fazer uma "White List". Somos discretos, e só procuramos aqueles com os quais nos identificamos: a democracia é uma fantasia.